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domingo, 5 de dezembro de 2010

Corpocidade 2: debates em estética urbana















Com esse nome foi realizado um evento muito interessante em duas universidades: Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), nos dias 22, 23 e 24 de novembro, e Federal da Bahia (UFBA), dias 29 e 30 de novembro, com transmissão on-line. A curadoria foi partilhada pelas pesquisadoras Fabiana Dultra Britto (Programa de Pós-Graduação Dança/UFBA), Paola Berenstein Jacques (PPGAU e PPGAV/UFBA) e Margareth da Silva Pereira (PROURB/UFRJ), que pensaram e realizaram em conjunto um evento inovador dentro do mundo acadêmico, quase sempre, muito resistente às mudanças. Desde a sua concepção, portanto, o encontro assumiu um formato dialógico, necessário para compreender a complexidade vivida hoje nas cidades brasileiras, envolvendo duas universidades, situadas em estados e regiões diferentes do Brasil, e áreas do conhecimento distintas. Estavam presentes pesquisadores (doutores, mestres, estudantes de graduação e de pós-graduação), de vários estados – Espírito Santo, Ceará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, entre outros – artistas e militantes de movimentos sociais do Espaço Cultural Alagados (Salvador) e das Redes de desenvolvimento da Maré (Rio de Janeiro) ligados a projetos desenvolvidos pelas duas universidades, e ainda com a participação da pesquisadora francesa, Rachel Thomas, que destacou a experiência interessante de imersão em cotidianos que abriram a sua compreensão das cidades. As curadoras falaram das suas experiências com pesquisas sobre os espaços urbanos e também os debatedores convidados, entre outros, Alejandro Ahmed (Grupo Cena 11/SC), Ana Clara Torres (UFRJ), Cibele Rizek (USP), que abordou a relação entre cidade e política, Vera Maria Pallamin (USP), Luis Antônio dos Santos Baptista (UFF), que transitou pela temática guiado pelos fios da literatura, em especial, Italo Calvino, em As cidades invisíveis.

Participei dos debates em Salvador, realizados na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Ufba, e fiquei feliz em vivenciar novas possibilidades de trânsitos entre pesquisas, pesquisadores, áreas, campos de atuação e espaços urbanos, tentadas, testadas, que percebem a necessidade de vínculo com a vida pulsante do espaço urbano, em que são gestadas formas nem sempre reconhecidas de compreender o que vivenciamos em nosso cotidiano. No decorrer do evento, foram lançados livros e também a Revista Redobra, com um belo projeto gráfico, que tem como editora geral Cacá Fonseca, doutoranda em Urbanismo e professora da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia. Vale ainda destacar que as inscrições foram gratuitas, o que é raro na universidade hoje. Que venham outros eventos como este, em que temos debate instigante em clima de festa, na melhor acepção dessa palavra.

Para saber mais, clique aqui e vá para a plataforma corpocidade.

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