Edgar Braga frequenta a biblioteca e a cabeceira dos leitores/poetas experimentais, aqueles que se aventuram pela descoberta de novas possibilidades de elaboração de sentidos com a palavra, sua plasticidade, sua sonoridade.
Edgar nasceu em Maceió em 1897 e faleceu em São Paulo, onde morava há muitos anos, em 1985. Na Paulisseia, conviveu com diversos poetas. Era obstetra e fez o parto de filhos de alguns amigos, entre os quais estava Oswald de Andrade.
Sua poesia é instigante, marcada pela pesquisa formal e pela presença do humor. Escreveu, entre outros, Lâmpada sobre o alqueire (1946), Albergue ao vento (1952), Soma (1963), Algo ( 1971), Tatuagens (1976), nesses dois últimos publica o que chama de "tatoemas". Conheça um pouco aqui e procure ler sempre mais a produção desbragada desse poeta.
mal me quer
se mal me queres
mal
se mal me queres
bem mal queres
bem mal
se bem
queres
bem bem me queres
se bem mal queres
se bem bem mal queres
mal me queres
mal me quer
bem bem queres
mal me quer
mal me queres
bem
me
se
Edgard Braga (1963)
De DESBRAGADA/ org. Régis Bonvicino
São Paulo: Editora Max Lomonad, 1984
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