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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Edgar Braga: poesia de invenção

Edgar Braga frequenta a biblioteca e a cabeceira dos leitores/poetas experimentais, aqueles que se aventuram pela descoberta de novas possibilidades de elaboração de sentidos com a palavra, sua plasticidade, sua sonoridade.
Edgar nasceu em Maceió em 1897 e faleceu em São Paulo, onde morava há muitos anos, em 1985. Na Paulisseia, conviveu com diversos poetas. Era obstetra e fez o parto de filhos de alguns amigos, entre os quais estava Oswald de Andrade.
Sua poesia é instigante, marcada pela pesquisa formal e pela presença do humor. Escreveu, entre outros, Lâmpada sobre o alqueire (1946), Albergue ao vento (1952), Soma (1963), Algo ( 1971), Tatuagens (1976), nesses dois últimos publica o que chama de "tatoemas". Conheça um pouco aqui e procure ler sempre mais a produção desbragada desse poeta.

mal me quer

se mal me queres
mal

se mal me queres
bem mal queres
bem mal
se bem
queres

bem bem me queres
se bem mal queres
se bem bem mal queres

mal me queres
mal me quer
bem bem queres


mal me quer
mal me queres

bem
me

se

Edgard Braga (1963)




De DESBRAGADA/ org. Régis Bonvicino
São Paulo: Editora Max Lomonad, 1984

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